segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Joyland - O clichê mais bem intencionado de Stephen King

Stephen King fala em Joyland sobre a passagem para a vida adulta, sobre maturidade e sobre os anseios de um jovem chamado Devin Jones.


Mas não é o que parece pela capa, que é muito atrativa: a menina segurando a câmera, boca em alarme, viu algo terrível...


É algo terrível o que o grande público espera de King, que é conhecido por suas narrativas macabras e sombrias – Joyland, no entanto, fala mais sobre juventude, amor não correspondido e nostalgia do que sobre fantasmas e assassinatos.


Análise do livro:


JOYLAND
FICHA TÉCNICA:
Ano: 2015 / Páginas: 240
Idioma: português
Editora: Suma de Letras
Stephen King, autor com longa carreira, ao contrário do que muitos pensam, não faz só literatura com temas de morte. Nesse caso, o que Joyland representa na vasta bibliografia de Stephen King?

Depois de ler sua autobiografia, On Writting, publicada no Brasil com um título quilométrico (Stephen King - a Biografia: Coração Assombrado), eu leio Stephen King com outra perspectiva. Como King revela em tal biografia, seus maiores sucessos são os seus trabalhos mais sinceros: aqueles que tiveram como fonte suas próprias vivências. É assim que funciona para a maioria dos autores. Afinal, é muito mais fácil escrever sobre o que nos é familiar, não é?

Claro que King não chegou onde está escrevendo um diário pessoal: ele é capaz de florear seu texto com todas as ferramentas que tem disponível, criando um texto que funciona como ficção.


Ao escrever um protagonista masculino, como o fez em Joyland, King sobre o que lhe é familiar, e logra um diálogo muito íntimo com o leitor.


Ele já conta 70 anos de vida, e foi um jovem dos anos 50 e 60, então não é conhecidência que os cenários mais comuns em seus livros sejam cidadezinhas do interior norte-americano dos anos 60 e 70.


E Joyland não foge dessa regra.

A história se passa na Carolina do Norte, em 1973, e acompanha o verão de um jovem chamado Devin Jonesy, um universitário que busca um emprego temporário num parque de diversões.


No futuro, o protagonista, na casa dos sessenta (idade atual do autor) narra sua juventude com a sabedoria e o cinismo que vem com a idade.

Seja para inspirar terror ou para comover, King está em sua melhor forma quando põe no papel pequenas coisas do cotidiano, detalhes esses que conferem uma profundidade e uma sinceridade às suas histórias.


Quando escreve sobre o que sabe, sobre o que lhe é familiar, suas histórias, por extensão, se tornam familiares também para seu leitor. Por mais que aqui, a sua história de fantasma seja simples e completamente clichê, são os detalhes e familiaridade que King faz tão bem que elevam o livro.


A familiaridade é a alma desse livro.

Agora que estabeleci a primeira questão da análise - a familiaridade do leitor com os temas apresentados no livro e a segurança do autor ao transmiti-los, eu preciso falar da segunda questão: porque Joyland é mal compreendido?

Bom, no Brasil, King não é um autor exclusivamente restrito a um culto de seguidores, tendo um público mainstream acostumado a ver nas livrarias os trabalhos do autor. Um dos mais famosos é a A Coisa (It). Mas caso você não tenha lido nenhum King, certamente assistiu a adaptações para o cinema, de obras como Carrie ou O Iluminado (The Shining).

A “marca” Stephen King, então, é conhecida pelos filmes de terror, mas os leitores que exploram mais a fundo sua bibliografia sabem que ele é um bom autor mesmo quando não escreve sobre demônios que assumem a forma de um palhaço ou sobre assassinos cruéis. Esses leitores sabem que o autor também é capaz de narrativas mais sérias, do tipo que poderiam ser estudadas por universitários como Devin Jones.


Você ao menos já ouviu falar de duas delas: Um Sonho de Liberdade (Shawshank Redemption), À Espera de um Milagre (The Green Mile), que proporcionaram dois dos maiores filmes da história do cinema.


Joyland é uma mistura desses dois principais talentos de Stephen King: terror e drama de personagem.



O fato de Dev considerar sua passagem pelo parque a melhor época de sua vida, mesmo tendo que lidar com fantasmas, um serial killer... ele quase morreu e essa foi a melhor época de sua vida!


É por isso que o livro é mal-compreendido: leitores novatos não entendem o livro que não decide a qual gênero literário pertence. O livro é sobre Dev ou sobre fantasmas e assassinatos? Porque um autor tão conhecido se vale de tantos clichês?


Joyland é cheio de clichês, mas sua sinceridade permite faze-lo. Stranger Things, seriado original da Netflix largamente influenciado pelas obras de Stephen King, faz uma viagem nostálgica parecida. Stranger Things e Joyland conseguem fazer bons uso dos clichês justamente porque o clichê tem muito a ver com o saudosismo e com o é familiar.

King sabe o que esperamos dele: cabeças decapitadas e monstros bizarros...


Mas o autor, ao criar Devin Jones, o autor não tinha como objetivo contar uma história de fantasmas ou de assassinatos.


O objetivo de Joyland é contar a história desse personagem numa época de magia, numa época em que ele vendia felicidade. Numa época em que ele aprendeu uma língua nova (exclusivo de quem trabalha no ramo da diversão!).



Numa época em que ele aprendeu sobre a fragilidade da vida com um menino muito especial.

Todos nós tivemos nosso Tom, nossa Erin, nossa Annie...



Todos nós tivemos a nossa "Joyland" em nossa transição para a fase adulta.



Qual foi a sua?

Nota: 

Por hoje é só, pessoal!


Arrivederci!


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Assassin's Creed questiona sem querer o valor da arte

Um jogo de uma das franquias mais famosas do momento, Assassin's Creed, pede ao seus jogadores que, entre as missões repetitivas de assassinatos, colecionem pinturas valiosas. São pinturas da vida real, que dentro do jogo servem apenas para decorar a base de operações do jogador. É apenas um prêmio simbólico, um extra do jogo. Não dá pontos de experiência, não dá pontos de força...

Eis que um usuário deste fórum sobre jogos pergunta: Pra que serve as obras de arte?

Clique na imagem para ampliar:

Se não dá pontos de força então não vale absolutamente nada, certo?

Igualzinho à arte da vida real...

Bom, o valor da arte sempre foi subjetivo. Dessa forma, é irônico que o jogador faça coisas também subjetivas por recompensas virtuais, como um item dentro do jogo ou troféus/conquistas. Será que o usuário anônimo desse fórum nunca questionou o valor das outras recompensas que recebe dentro de um jogo? Muitas vezes as recompensas são artificiais, mal-desenvolvidas para que o jogador tenha um senso (falso) de progressão.

Puxa, eu tenho 350 florins. Eu posso comprar um canhão portátil ou O Nascimento de Vênus. Que dúvida cruel!

Imagem encontrada na página Orgulho de ser hétero. 

Na página Orgulho de ser hétero, piada da internet, temos outra situação emblemática do empobrecimento dessa discussão. Para mim, não há alma alguma na imagem do Cadillac justamente por ser uma cópia fiel. Admira-se a habilidade do artista, capaz de desenhar um carro com tamanha perfeição, mas a arte é muito mais do que isso. Admito que tampouco gosto da pintura que a mulher observa abaixo, mas o problema está na concepção de o que é a arte para os "orgulhosos de serem héteros". Qual o problema com o conceitual e o abstrato? É tão difícil assim usar a imaginação? Será que o pragmático e o econômico sempre triunfa sob a arte pela arte em si?

A arte não deve confirmar o que você já sabe sobre o mundo, ela deve desafiar o que você já sabe.

Imagem do jogo. Galeria completa com todas as obras. Sublime. HAHAHA...
Eu não tenho bagagem intelectual para dizer o que é arte e o que não é. Mas o que me parece claro, é que escapa aos "orgulhosos de serem héteros" orgulhosos de serem ignorantes, é que arte não é só aquilo que eles querem que seja arte. 

E o que fica é a confusão do jogador. Mas pra que serve as obra de arte, afinal?

Ele provavelmente nunca visitou um museu, e o seu contato mais próximo com grandes obras de arte é através de um jogo medíocre que usou obras famosas para fazer com que o jogador mergulhe no universo da Itália renascentista (o cenário é algo que Assassin's Creed faz muito bem). 

E colecionar as obras de arte (dentro do jogo) é opcional. 

Em praticamente todos os jogos há colecionáveis espalhados pelo mapa e ninguém nunca perguntou nada. Mas quando os colecionáveis são obras de arte, ele finalmente se pergunta: 

Mas por quê?

Obrigado pela leitura.

Cheers!!!

It's dangerous to go alone! Read this.

Bem-vindos ao blogue!

Pode entrar, só não repara na bagunça, tá?

Quer um copo d'água?

Sente-se, porque hoje vou falar de coisa boa:

The Legend of Zelda - A Link to the Past! E um "elo com o passado" é exatamente o que esse jogo é para mim. Esse foi o grande jogo da minha infância. 

Entendeu? 

Elo com o passado?

Anyone?

Mas será que depois de tantos anos o jogo envelheceu bem? Ou será que é apenas um produto desmerecidamente glorificado pelos nostálgicos de plantão?

Análise do jogo:



Zelda gif

Era inevitável.


Enquanto eu escrevesse para o blogue, eu eventualmente escreveria sobre esse jogo.


Afinal, esse é o jogo mais importante da minha "formação gamer". A última vez que eu joguei A Link to the Past foi em 1999, então precisarei fazer  um link com o passado *piscadela* para lembrar do jogo e fazer uma análise interessante.

Bom, chegou a hora. 


Vámonos!


Se vamos falar desse jogo, devemos levar em consideração a época em que foi lançado. Sendo A Link to the Past um dos primeiros jogos da era 16 bits, podemos compara-lo com os grandes filmes da década de 40 e 50, que foram pioneiros da cinematografia. Da mesma forma, A Link to the Past foi pioneiro, pavimentando o caminho para os demais jogos do Super Nintendo e criando tendências presentes na franquia até hoje. Aparece aqui pela primeira vez a flauta de Ocarina of Time, o lançador de ganchos de Wind Waker e músicas que ainda estão presentes nos jogos atuais da franquia foram ouvidas pela primeira vez em A Link to the Past.


Mas não se engane: o jogo não serviu apenas para "pavimentar o caminho", pois conta com uma bela apresentação, um mundo vasto e complexo que não tinha paralelo na época e paisagens variadas que o jogador pode explorar a seu bel-prazer. 


Um sandbox direto de 1991!


A Link to the Past, como podemos ver na imagem ao lado, se apresenta por meio da perspectiva de uma câmera aérea. No entanto, seu mundo parece mais vivo e tridimensional que os mundos de muitos jogos modernos.

O jogador pode interagir com o cenário de muitas formas. Uma delas, é falar com os personagens que falam de si,  fornecem items, informações, etc. O problema, é que quando eu tinha 10 anos, não sabia nada de inglês. Aí não deu outra: eu passei horas explorando os ermos de Hyrule, tentando adivinhar onde ir e o que fazer. 


Já parou para pensar que a internet não é tão recente assim? 

Na época não existia internet, e quando eu encalhava, eu não tinha acesso a portais especializados no jogo com dicas, downloads, detonados e tudo o mais. É aí que entra outro grande triunfo do jogo: ele conta uma história por meio de imagens. Apesar de eu demorar para descobrir para onde ir algumas vezes por não saber ler inglês, os quebra-cabeças por sua vez, são muito instintivos. Eu sabia que a Princesa Zelda queria dizer com "secret passage" porque é muito parecido com o português, mas a disposição do cenário também ajudava a compreensão da história. 

Aprendi muito inglês com esse jogo.


Principalmente para um jogador acostumado com plataformas simples, foi absolutamente mind blowing a reviravolta do mundo paralelo.


Mas como assim?


Costumam dizer que "uma imagem vale mais que mil palavras", não?




a link to the past mapa
Eu tenho a versão moderna do ditado: um gif vale mais que dez mil palavras
Como vemos na imagem, ganhamos acesso a uma Hyrule paralela, onde tudo tem um equivalente, só que um pouquinho diferente.

E aí, a trama se complica e eu não entendia mais nada. Porém, se há um jogo de interpretação de personagem que realmente funcionou como tal, esse jogo foi A Link to the Past, pois eu entendia pequenos fragmentos da história extraindo um pouco de sentido dos textos e das imagens, e então preenchendo o que faltava com a minha imaginação infantil (e a imaginação de uma criança é mais criativa e mais livre que a dos adultos).


Agora, vamos à análise do jogo feita por mim quando eu tinha 12 anos (Tente imaginar que estaria cheia de erros de português):



Cara, esse jogo é muito massa. 
A música no primeiro chefe é muito foda. Eu sempre aumento o volume quando luto contra ele. 
Eu fiquei encalhado por dois meses, mas não me importei. Ficava andando por aí sem rumo, me divertindo nos mini-games, descobrindo outros segredos, atirando flechas no olho dos ciclopes e martelando os bichos mais fracos, etc. Quando eu voltei das férias escolares, um colega meu me disse como prosseguir: era só jogar qualquer objeto num círculo de pedras que apareceria um monstro aquático, que te daria um item-chave. 
HAHAHAHA, como sou burro (meu amigo concorda). 
Esse jogo é muito doido, cara. Acho que não vai ter nenhum gráfico melhor que esse. Nem no Nintendo 64!
         Nota final: 10000000000000000000000000000000000000000 


Finalizando, gostaria de recomendar o Hyrule legends, o portal mais legal sobre Legend of Zelda no Brasil! Lá você encontra detonados para todos os jogos da série e a rom traduzida em português brasileiro!

Qual análise você prefere? A de quando eu era criança ou a feita em idade adulta?


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Qual é o nome da rosa?

Umberto Eco, faleceu em 2016 com 84 anos. Que descanse em paz.

Embarcando no trem da fama póstuma, seus livros voltaram a estar em voga. Por isso, estudamos na disciplina de Literatura Portuguesa, a obra prima do autor italiano, O Nome da Rosa.

Uma das vantagens de estudar Letras é que muito do que escrevo, eu consigo adaptar para postagens no blogue.

Matando dois coelhos numa cajadada só!

que dó

Não, não, não...

Not cool.


Literal demais.

Análise do filme:

O Nome da Rosa


o nome da rosa capa
Ficha técnica:
Titulo original: Der Name der Rose
Dirigido por 
Ano: 1986 
Duração: 120 min.

O filme começa com belas tomadas panorâmicas estabelecendo o cenário do filme: uma abadia isolada, no norte da Itália. É onde vivem monges copistas, transcrevendo exaustivamente livros e mais livros.

Frei William de Baskerville, franciscano erudito interpretado por Sean Connery, acompanhado de seu noviço, Adso de Melk, interpretado por Christian Slater, chegam ao mosteiro e são recebidos com uma notícia desconcertante: um dos cenobitas cometeu suicídio.

Cenobita refere-se a alguem que vive numa comunidade com interesses em comum. Quis usar essa palavra desde o dia em que assisti Hellraiser!

Com o desenrolar do enredo, William de Baskerville logo se vê diante de uma série de assassinatos dentro da irmandade franciscana.
 
O Nome da Rosa conta com uma ambientação medieval eclesiástica, com cenários atmosféricos carregados de pesada opressão, que conferem ao filme um charme gótico. Os monges, sujos se escondem nas sombras ou professam em pânico que os assassinatos são obras do demônio. William de Baskerville não concorda dessa teoria, e começa a usar seus poderes de dedução - emprestados de Sherlock Holmes - para lentamente desvelar uma rede de mistérios que inexoravelmente sempre tornam para uma biblioteca secreta.

Sim, o modus operandi que Baskerville emprega nas investigações parece muito com o de Sherlock Holmes! E não, não é conhecidência nem plágio: Umberto Eco faz uma menção direta ao livro de Sir Arthur Conan Doyle Cão de Baskerville ao batizar seu protagonista. Ademais, a dinâmica entre o mestre e o pupilo claramente faz alusão aos grandes personagens do autor britânico, sendo Adso de Melk, o substituto de Doutor Watson.

Aliás, Sean Connery na pele do detetive franciscano, com sua interpretação madura, carrega nas costas seu companheiro de cena, Christian Slater, então jovem e inexperiente.
Parece que os livros clássicos têm que pedir licença:

"É um clássico, mas é legal, hein?!"

No caso de O Nome da Rosa, frequentemente usam a desculpa de que, apesar do alto teor teológico e filosófico do conteúdo, temos como contraponto a seu lado mais sério, uma história de detetive para manter o interesse.

Mas acho que o grande mistério é apenas a força motriz do enredo, uma desculpa para a verdadeira alma do filme: O Nome da Rosa, antes de ser uma história de detetive, é um filme adaptado de um livro sobre o conhecimento dos livros.

Afinal, um dos principais eixos temáticos é o embate da razão e da fé. Tema que é explorado por meio da misteriosa biblioteca proibida. 


Encerrada nas entranhas do mosteiro, está uma das maiores e mais importantes bibliotecas da cristandade.

biblioteca nome da rosa
Que por sinal é um dos sets mais legais do filme
Mas por que a biblioteca é importante e o quê ela tem a ver com os assassinatos?  

Assista ao filme para descobrir!

Bem, sabemos, que a igreja era muito poderosa na idade média e controlava o acesso ao conhecimento. Como um dos personagens diz:
"Na biblioteca há livros que contém ideias diferentes das nossas. Ideias que nos fariam duvidar da inefabilidade de Deus."

Uma das primeiras vítimas assassinada é um monge tradutor, especialista em Aristóteles. No final do filme, Baskerville descobre um dos livros secretos na biblioteca, e o mais precioso de todos (e cuidado com o pequeno spoiler):  A Comédia de Aristóteles.

Esse livro na verdade não existe. A poética de Aristóteles menciona tal livro, mas se ele chegou a escrevê-lo, o manuscrito se perdeu.

Mas com isso o filme levanta questões bem interessantes.

Nós desconsideramos a comédia como apenas um gênero engraçado, mas a comédia pode ser muito perigosa. No caso da política brasileira, por exemplo, a sátira política que você vê em jornais, ou até mesmo no Facebook pode mudar sua opinião sem você perceber

No caso de Charlie Hebdo, o humor trouxe consequências terríveis, espelhadas numa frase que o abade professou:

"Podemos rir de Deus? O mundo entraria em caos!"

Para mim, um dos detalhes mais legais do filme é que o monge tradutor estava rindo do livro secreto em uma das cenas. Só mais tarde descobrimos qual era o livro. Se existisse no mundo real, um livro tão importante, escrito por Aristóteles, autor tão respeitado pelos homens sábios e pelos homens da igreja, o mundo hoje seria diferente.

Além do mistério, temos disputas eclesiasticas envolvendo a Santa Inquisição e um romance envolvendo Adso e uma garota que vive perto do mosteiro, subtrama que objetiva responder a pergunta no título do filme:

Qual é o nome da rosa?

Veja o filme para descobrir. O filme dá a resposta mais fácil, mas acredito que o livro, sendo o autor um semiólogo (Ciencia que tem como objeto de estudo os signos e seus significados), forneça no livro uma resposta com muitas mais nuances.

Fica o desafio para mim, encarar um dia a leitura do material que inspirou o filme.

Nota: 

Espero que vocês tenham gostado, deixem um comentário caso tenham se interessado pelo filme, ou o quê acharam do filme, ou para xingar, etc.

Abraços!

sábado, 13 de agosto de 2016

Diário de leitura: O Tronco do Ipê

Sob o marcador "Diário de leitura", escrevo sobre o que estou lendo: quais são minhas primeiras impressões e faço uma pré-análise do livro.

Diário de leitura:


O Tronco do Ipê
Ano: 2005 / Páginas: 224
Idioma: português 

Editora: Ática

Sinopse via @skoobO amor é grande. Mas, entre Mário e Alice, interpõe-se a sombra de um crime: como o pai da jovem conseguiu se tornar proprietário das terras que um dia pertenceram ao pai do rapaz? Em O Tronco do Ipê, José de Alencar conta a história de um amor envolvido em mistérios. Retrata também a decadência da região do café no Rio de Janeiro do século passado.

Para facilitar a escrita de um artigo sobre O Tronco do Ipê, manterei um diário de leitura.

O único Alencar que li foi Iracema, e admito que não gostei desse livro. Meu segundo caso com Alencar tem, felizmente, está dando mais certo. Estou gostando do livro!

O protagonista do um romance é o Mario, um adolescente feio, com "[...] sua boca ligeiramente frisada por um impertinente desdém demonstrava sua habilidade para travessuras". Esse desdém é causado por um ressentimento que o personagem tem de sua posição na fazenda, que pertencia a seu pai. Antes de começar a história, seu pai faleceu e o menino vive na fazenda de favor: ele é protegido de seus tios, mas as verdadeiras herdeiras, e centro de todos os cuidados, são as suas primas.

Mas meu personagem preferido é Benedito, um escravo que trabalha na fazenda... E a questão que me chama mais a atenção é justamente o retrato que Alencar faz dos escravos...

Há comentários como "[...] a mente simples do africano", e "[...] a linguagem simples do negro", que são trechos que me parecem bem problemáticos, mas ao mesmo tempo, esses são personagens muito importantes e co
ntam com bastante profundidade. Os escravos que cuidam da fazenda têm muito afeto pelos filhos da casa grande, sendo inclusive figuras paternas muito mais presentes que os próprios pais das crianças...

Por isso, apesar dos trechos racistas, o autor fala da cultura africana, e torna aprofundados personagens um povo que até então era invisibilizados na literatura brasileira.

Um argumento de senso-comum quando se fala em representação negra racista (como naquela famosa polêmica do Monteiro Lobato) na literatura é o de que essa era a realidade da época e, portanto, o livro é um produto de seu tempo.

Argumentam que não podemos editar/apagar desses livros essas passagens racistas porque assim estaríamos apagando uma história...

Ao contrário disso: precisamos encarar essa história de escravidão.

Espero que esses diários de leitura me ajudem a aprofundar aos poucos as leituras que posso fazer de "O Tronco do Ipê". 

Neste primeiro levantamento de informações vi que quase não tem material no Youtube, mas tem muita coisa na blogosfera.

Encontrei um blogue muito legal (clique aqui para acessar) que resumiu o livro em "postagens-capítulos", sempre procurando ilustrá-los com imagens ou vídeos.

Estou na página 50.

Vamos ver o que acontece em seguida...

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Primeiras impressões do trailer: Ni No Kuni: Revenant Kingdom

Numa mistura de A Viagem de Chihiro com Dragon Quest e Pokémon, Ni No Kuni: The Wrath Of The White Witch, conseguiu ser um dos jogos mais bonitos do PS3 sem trazer um gráfico fotorrealista.

Ni No Kuni II: Revenant Kingdom
Gênero: RPG > Estilo japonês
Desenvolvedora: Level 5
O trailer da sequência de Ni No Kuni promete trazer ao PS4 o mundo fantástico mais ghiblíco já feito no mundo dos games. No trailer de "O Reinado Ressurge" (tradução livre), vemos um pouco dos novos protagonistas. Um menino muito novo, com orelhas e rabos de gatinho. Por quê? Ora, por quê! É o que os caras da Ghibli fazem de melhor. Dos personagens, ao cenário caprichadíssimo, tudo nos coloca nesse mundo de fantasia extravagante e colorido.



A data de lançamento será anunciada em 2016, mas nós, amantes de JRPGs já podemos aguardar ansiosamente.

Não foi lançado ainda, mas já posso afirmar: 

Vale a pena jogar!

Blogues parceiros

Para fazermos uma parceria entre em contato por e-mail ou pelos comentários com as seguintes informações:

1. Endereço do blog/site;

2. Redes sociais;

3.Uma descrição do blogue (que tipo de conteúdo e tudo o mais);

(A parceria consiste em troca de banners. Visitas e comentários frequentes serão sempre bem-vindos)


Creepy pasta Brasil
Em construção...

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Entrevista com Ana Maria Braga

Relembrando uma entrevista que fiz com a Ana Maria Braga em 2003.

Todo mundo a conhece pelo seu programa matinal e suas perucas excêntricas, mas poucos conhecem o seu lado gamer.


Nelson Motta: Ana, você tem um Xbox?

Ana Maria: Não, eu tenho video game mesmo.

Nelson Motta: Você é uma gamer de qual plataforma?

Ana Maria: Meu coração gamer está dividido 50% Nintendo e 50% Playstation. Como diria a Suzana Vieira: Eu não tenho paciência pra quem tá começando! Por isso, eu passo longe do Xbox. 

Nelson Motta: Eu soube que você jogava Ragnarok. Como foi isso?

Ana Maria: Eu gostava muito de Ragnarok online, e meu foco era jogar a Guerra do Emperium, mas parecia que eu estava rodeada de incompetentes. Entre as gravações me sobra pouco tempo, e eu não entro na "bagaça'' pra perder (risos). Também levo na esportiva, né? Eu xingava um monte pelo headset: "ACORDA MENINA!" Sabia que meus companheiros (que também eram meus fãs) adoravam isso. Foram bons tempos e eu deixei uma marca no servidor. Eu tinha um pet papagaio chamado Loro José e tinha nível 99 em culinária.

Nelson Motta: Para quais jogos você solta os cachorros?

Ana Maria: Persona 4. Muitas das mensagens e dos aprendizados que uso para abrir o Mais Você saíram desse jogo. 

Nelson Motta: Como é ser não apenas um gamer girl, mas uma older gamer girl?

Ana Maria: Algumas pessoas fazem chacota, dizendo que jogo "fisioterapia do kinect", mas não ligo.

Ana Maria cosplayer - Criomante e cristalomante, uma feiticeira poderosa

Nelson Motta: Como gerencia o tempo para suas sessões de jogo?

Ana Maria: Eu não perco tempo com jogo ruim, tipo Assassin's Creed e Tibia. Além disso, se eu tenho jogo marcado, eu chamo o André Marques e a Cissa Guimarães para me substituir. A gente dá um jeito, né?

Nelson Motta: Obrigado pela entrevista Ana. Algum recado para os leitores? 

Ana Maria: Sim: fiquem longe das drogas, crianças. Drogas tipo Playstation All-stars e Persona Dancing All Night (risos). Beijos da Mama, vejo vocês em Midgard!

Essa entrevista é verdadeira! Obrigado por ler até aqui, e se você gostou, deixe um comentário!

É fácil, nao tem nem captcha!

Beijos, 
Nelson Motta