Harry
Potter é conhecido como "a porta de entrada para drogas mais pesadas"
do mundo dos livros. Quantas vezes você já não ouviu alguém dizendo que
o primeiro livro foi Harry Potter? Por isso, querendo ou não, A Pedra Filosofal funciona como o responsável por atrair os leitores para ler o resto da série.
Análise do livro:
Como exatamente J. K. Rowling conseguiu fisgar milhões de leitores ao redor do mundo?
Eu tenho algumas hipóteses.
Vamos à análise!
Vamos à análise!
Análise do livro:
As primeiras linhas do livro nos contam sobre a família Dursley, da rua dos Alfeneiros nº. 4, que se orgulhavam de
dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. No entanto, lá vive também Harry Potter, que é tudo menos ordinário. O Sr. e a Sra. Dursley têm a guarda de Harry e o tratam como um segredo sujo, escondendo o menino que sobreviveu num porão debaixo da escada, dispensando apenas os cuidados absolutamente necessários.
- Você é um bruxo Harry.
- Eu, eu sou o que?
- Um bruxo, e vai ser um bruxo de primeira se tiver treinado um pouco.
- Não, o senhor se enganou. Sabe, eu não posso ser um, um bruxo. Eu, sou o Harry, só Harry.
No mundo bruxo, Harry finalmente é ouvido. Finalmente faz amigos! Finalmente encontra uma família! Ele é adotado pela família Weasley logo que os conhece durante o embarque na plataforma 9 e ½, e a partir de então, na companhia de Ron, nós, que estávamos lendo o livro pela primeira vez na década de 90, descobríamos o mundo junto com Harry.
Pois é, todo o leitor brinca que espera até hoje o recebimento da carta, mas de certa forma, todos nós recebemos a carta junto com Harry, conhecendo pela primeira vez o mundo e os personagens lendo Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Aliás, criar
um mundo desse jeito não é tão fácil quanto parece. Os mundos
fantásticos dos livros sempre correm o risco de serem confusos ou
chatos, mas o grande êxito de J. K. Rowling ao botar no papel seu
universo fantástico, foi contextualizá-lo num ambiente muito familiar: a
escola. A
escola é o lugar onde seus jovens leitores passam tantas horas de suas
infâncias. Colocar seu mundo mágico dentro desse contexto, facilita para
nós, leitores, relacionarmos nossas próprias experiências escolares com as daqueles dos alunos de Hogwarts.
Em Hogwarts é tudo muito familiar e muito estranho ao mesmo tempo:
Temos aquele professor velho pra caramba, que dá a aula mais chata. No caso de Hogwarts, é o Sr. Binns, professor de História da Magia.
Detalhe: ele é um fantasma. Harry se impressiona com o fato, mas logo se acostuma com a novidade de ter um professor fantasma, e vê a aula pelo o que ela realmente é: um sonífero.
Temos o também aquele professor severo que pega no pé de um aluno em especial, e parece que ele sempre sabe o quê você está pensando. No caso de Snape, ele sabe, afinal, descobrimos no sexto livro que ele é capaz de ler mentes.
Rowling escreve professores que existem em qualquer escola: trouxa ou bruxa. Mas adiciona sua magia para encantar seus leitores.
E parece que deu certo, pois todo leitor mais jovem sonhava em estudar em Hogwarts.
Realmente, é engraçado como tudo que envolve a rotina escolar tem um equivalente em Harry Potter. Bom, só faltou o clássico "Professor, pra quê eu vou usar isso?''.
Pra matar comensais da morte daqui a seis livros, querida.
Mas
não é só de um universo fantástico que se fez o sucesso de A Pedra
Filosofal: a autora faz um universo alternativo cativante, mas um
universo em que nada acontece não é muito interessante, não é mesmo? Por
isso, no primeiro livro, ela faz um malabarismo com a introdução do
universo, os seus personagens e uma história cheia de reviravoltas.
Felizmente, J. K. Rowling, é uma ótima "malabarista" e inicia já no
primeiro livro sua tradição de brincar com o gênero mistério.
Ao longo do livro, há muitas cenas na trama que parecem ser acontecimentos separados, pouco importantes e sem relação uns com os outros. Mas descobrimos mais tarde que fazia parte de uma trama maior. O capítulo em que ocorre o ataque do trasgo, por exemplo, parece servir apenas para introduzir a personagem da Hermione (dada como uma amizade forjada em batalha!). No entanto, no final do livro tudo se conecta: o ataque do trasgo fazia parte de um
plano maior, e a autora recompensa o leitor atento que vai juntando
essas peças, revelando no final o grande mistério. Mas nunca é
previsível! Rowling aprendeu uma lição ou duas com Agatha Christie, e
sempre consegue nos despistar (Quem é que suspeitaria do professor gago?
Ele é inofensivo!).
São
esses mistérios que nos fazem voltar para ler os livros seguintes. No
capítulo sobre o espelho de Osejed, por exemplo, ocorre uma das
reviravoltas mais interessantes, que é o momento em que percebemos o que significa espelho de Osejed:
"Oh!!! Ao contrário significa espelho do desejo! Como nao percebi!"
Essa
não é apenas uma reviravolta barata. É um capítulo que contribui para o
desenvolvimento dos personagens e serve para abordar uma das principais
temáticas da série: a morte. Harry descobre o espelho dos desejos e fica "viciado" em ver sua família. É de quebrar o coração. Mas Dumbledore alerta:
Não vale apena mergulhar nos sonhos e esquecer de viver.
Quando questionado por Harry, Dumbledore diz que vê no espelho um par de meias.
Mas nos últimos livros descobrimos o que ele realmente vê.
😭
Aliás, a tradução exepcional e as ilustrações da capa com certeza fizeram sua parte para popularizar o livro aqui no Brasil. A tradução nunca substitui o original, e perde algumas oportunidades: O capítulo "No alçapão" foi traduzido como Through the Trapdoor, que no título original é uma menção ao clássico da literatura inglesa Alice no País das Maravilhas.
Harry cai pelo alçapão para uma seção escondida de Hogwarts e enfrenta
um perigo mortal. Mas para Harry, vale a pena, para salvar Hogwarts e
voltar lá ano que vem.
Harry
Potter e a Pedra Filosofal começou a tendência de "sagas" no novo
milênio, mas tendo marcado duas gerações ao redor do mundo, Harry potter
tem força para continuar nos nossos corações, enquanto outras são
esquecidas pouco tempo depois.
Nós sempre voltamos para Hogwarts.
Por hoje é só, pessoal!
Aliás, é muito fácil achar o livro. Qualquer biblioteca ou site de downloads de livros disponibiliza o livro de graça!
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Até mais! Espero que tenham gostado da análise e lembrem-se:
É Leviosa, e não Leviosá!
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