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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Você já viu um otaku adulto?

Lucas desu

Yoroshiku onegaishimasu ^^"


Essa postagem é sobre anime e a cultura que veio com o anime. 

Anime não é apenas um gênero de animação, mas já é uma subcultura estabelecida no ocidente abraçada por uma "tribo", como diria o Evaristo no Jornal Hoje, que são os fãs dos animes e da cultura japonesa - são os autoproclamados "otaku", termo cujo real significado é pejorativo, fato desconhecido pelos otaku, o que é emblemático do que há de pior nessa subcultura aqui no Brasil.


A cultura otaku desconhece senso crítico, bom senso e todo o resto. Afinal, a tribo consiste unicamente de adolescentes, que descobrem como usar a internet e como assistir animes online.

Eles também levam a sério tudo que falam os comentaristas de Youtube e jogam League of Legends. 

E vamos combinar, adolescentes é das criaturas mais estranha desse mundo de kami-sama. 

Mas em frente! Antes que eu transpareça mais ainda o tiozão recalcado que eu sou.

Claro, a pergunta central.:

Você já viu um otaku adulto?

Pois eu nunca vi. O cara pode ser adulto e curtir animes, mas não é mesma coisa. Um otaku (ou otome para garotas), tem características muito próprias da adolescência. A obsessão é uma delas.

Tudo em exagero é ruim, e o otaku pode ser uma criatura fanática cega à qualquer cultura senão a japonesa. 

A porra do país perfeito.

Esse gif é mais perturbador do que deveria ser.
A cultura japonesa é interessantíssima, vou conceder essa aos otaku.

Mas fala sério, será que existe estrangeiro que é fã da cultura brasileira como os otaku são fãs da cultura japonesa? Imagina os caras baixando Domingão do Faustão, passeando pelas ruas do país deles com camiseta do Sorriso Maroto, fazendo cosplay de novela da Globo, dizendo que preferia ter nascido no Brasil.

Um problema da obsessão pela cultura japonesa, é o fato deles conhecerem a cultura, mas não entenderem realmente o que representa tal herança cultural.

Aliás, uma coisa que nunca me entrou na cabeça: o otaku tão fascinado pela cultura japonesa, mas só exporta animes. Nunca sequer ouviu falar nos filmes de Akira Kurosawa, por exemplo. O maior cineasta que já existiu não é nada perto de "One Punch Man" e "Shingeki no Kyojin".


Toshiro Mifune te despreza.
E pior ainda:

Um dos maiores paradoxos que existem no planeta terra: otaku que nunca viu filme da Ghibli!

Mas o Totoro eles adoram. Apesar de nem saber o que é.

¬¬''
Não há mal nenhum claro, em curtir a diversão descompromissada dos animes comerciais. Mas é uma questão de maturidade também: conforme a "fase otaku" passa, ele continua assistindo animes, mas talvez seja mais seletivo. 

Um dos problemas do otaku xiita, é que eles se limitam ao mundo otaku: Se eles leem um livro, é um livro duma narrativa que já conhecem em animê. 

Se assistem um filme, é um "OVA", que nada mais é que um animê com mais de 20 minutos. 

Sua única viagem dos sonhos é visitar o Japão (ou morar lá). Para eles, o melhor país do mundo em todos os aspectos é o Japão.

Eles aprendem palavras aleatórias e misturam português com japonês porque sim, mas realmente aprender a língua que é bom, nada.

Eles podem ser imaturos e alienados.

Mas quando o otaku cresce, o que fica dos animes?

I - Ele desenvolve senso crítico e percebe que os fillers e as produções ruins são a praga do anime:
Esse é um aspecto negativo que um otaku xiita pode concordar comigo. Naruto, Bleach, e Dragonball são séries que sofrem desse mal. 
(Fillers são episódios que não acrescentam nada à narrativa principal e só serve  para prolongar a trama e fazer mais dinheiro)

II - E também percebe que Evangelion é ruim.

A narrativa desse anime é enigmática; nada é mastigado para o espectador. E isso não é necessariamente ruim, mas por vezes, parece que é objetivavam o mistério pelo mistério em si. Uma crítica negativa que seriados como Lost (sim, o seriado do pessoal perdido na ilha) recebe com frequência. Por que Evangelion escapa barato dessa crítica? Se me perguntarem, Lost é a narrativa superior, com um elenco de personagens muito mais interessante, enquanto em Evangelion é impossível se relacionar com personagens tão fodidos psicologicamente. 

É um desenho interessante e singular, e não é necessariamente ruim, apenas superestimado.  Mas eu realmente acho que ele não representa o potencial dos animes. Se eu tivesse que indicar um animê para alguém que nunca viu nenhum, eu jamais indicaria Evangelion.

III - Ele percebe isso com outros  animes. Pokémon por exemplo: o otaku olha para trás e percebe que Pokémon é uma bosta.

Não, fala sério.

É uma bosta!

É uma das animações mais populares, mas popularidade nem sempre quer dizer qualidade, não é? Aliás, popular não é o termo certo aqui. Pokémon foi uma febre. 

E essa febre não durou pouco tempo. 

Pokémon ainda vive no imaginário de muita gente, mas não passa de uma nostalgia. Experimente ver de novo um episódio: não tem como não perceber a péssima qualidade da animação. Não dá pra dizer que é um anime superestimado, porque as crianças da época o estimaram tanto quanto queriam, afinal, criança gosta de qualquer coisa colorida, descolada e arquetípica de crianças em grandes aventuras com poderes e criaturas fantásticas. Mas se o otaku adulto olha para o desenho sem os óculos da nostalgia vê Pokémon pela diarreia colorida que realmente é.

E o que fica depois da "fase ruim"? Há muitas coisas boas no formato anime, que já deu luz a grandes narrativas.

I - Pois, com Anime o céu é o limite!

Anime é mais barato para produzir, o que pode ser muito útil para gêneros como a ficção científica, que de outra maneira seria muito cara para produzir. Além disso temos os mangás, um formato amigável a produtores independentes.
II -
Suas temáticas

Quando eles abandonam o shonen superficial e o anime de garotinhas com poder para fazer uma narrativa mais profunda, os temas recorrentes são: honra, amizade, superação podem ser um dos grandes triunfos da animação japonesa.

III - Cowboy Bebop

Yep. Isso é um argumento a favor dos animes: Cowboy Bebop (dispensa apresentações).

Mas para cada Cowboy Bebop, há trocentos animes de merda como Boku Dale Ga Inai Machi, Puella Magika Madoka, etc.

IV - A arte

Nas produções que são feitas com mais capricho, a animação é um show a parte. Infelizmente, animações ocidentais como Avatar, The Last Airbender e The Legend of Korra inspiradas em anime superaram quase todos os animes até então. A criatura superou o mestre em seu próprio campo. Avatar tem narrativa muito mais interessante e a animação é muito mais fluída que qualquer anime japonês.

Onde está seu Kami-Sama agora?

Agora que sou adulto, sou 99% sem graça.

Mas, apesar das críticas, sou aquele 1% otaku desu.

Não deixe de comentar! Pode dar rage a vontade, querido otaku.

Não tem nem captcha, é muito fácil! 

Ja mata! Sayonara!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Tibia, o melhor pior jogo.

Antes da  mobas, os MMOs dominavam o mercado: antes de League of Legends, antes de dota, tivemos Tibia e Ragnarok Online...

Ahhh, o Tibia... 

O jogo teve seu momento! Foi mais ou menos entre 2002 e 2010.

Em vez de dormir, esperávamos dar meia noite (internet discada só depois da meia noite). A alternativa seria jogar sábado depois das 14h, mas nesse caso teríamos que enfrentar uma lista de espera enorme. Principalmente se você jogasse em servidores mais populares, como Calmera ou Luminera. 

E quando você finalmente conseguia logar, não tinha nem espaço no depot de tanta gente online

Se você comprasse uma Premium account seus problemas se resolviam. A "premmy" era praticamente obrigatória.

O jogo fazia sucesso, mas  esse sucesso não era mérito da Cipsoft. Aliás, seu sucesso foi completamente acidental, sendo "descoberto" pelos jogadores brasileiros, que adotaram o jogo por que sim.

O jogo tinha seu charme, mas era um charme "não intencional".

Anos depois, Tibia sofreu a morte mais terrível para um MMO: a falta de jogadores.

Ah, mas no seu auge foi grandioso, mesmo sendo um jogo cheio de problemas.


A começar pelos gráficos: Tibia é um jogo que já nasceu desatualizado. Aqueles que não jogavam,criticavam o jogo pelo gráfico ruim, no que os tibianos corriam em defesa, argumentando que o gráfico é bom para a proposta do jogo, entre outras baboseiras.

Eu concordo que o gráfico é apenas mais um dos muitos aspectos de um jogo, mas há uma diferença entre gráfico datado e gráfico feio.  O gráfico do Tibia não é ruim porque é datado, mas porque é mal desenhado e pouco inspirado, além dos movimentos constrangedores e pouco fluidos com uma frame rate péssima. Tibia é um jogo de baixo orçamento, e isso se mostra desde as artes conceituais até o resultado final:

Meu argumento é a imagem, nem preciso falar mais nada.
E o pior é que se eu escrevesse este artigo quando o jogo estivesse em seu auge, eu seria apedrejado pelos tibianos:

"O que importa é a jogabilidade e não os gráficos!"

jogabilidade  do Tibia tem muitos problemas e o equilíbrio entre as classes do jogo sempre foi um cancêr sem cura.


A trilha sonora do jogo até que se salva... POR QUE TIBIA NÃO TEM TRILHA SONORA. Eles sabiam que se tentassem adicionar som falhariam miseravelmente. Então ao menos tiveram a decência de nem tentar.

Ao menos me serviu para conhecer muitas bandas que ouvia enquanto jogava... Rhapsody of Fire, Nightwish,Therion, Avantasia, Epica, Haggard, Iron Maiden, King Diamond, Judas Priest...

Não se fala em Tibia sem falarmos da comunidade, que pode ser usado a favor do jogo ou contra. Opto pela segunda opção: os servidores do jogo estão cheios de ladrões, trapaceiros e babacas. 

Se você cumprimentar alguém pode acontecer uma das seguintes alternativas:

- Ele não vai te responder por que é um bot jogando por ele.

- Ele vai fazer um comentário xenofóbico e vai dizer que o respawn é "dele".

- Ele não vai responder por que a internet caiu.


- Ele vai tentar te matar.


- Ele vai te dar "crew" e roubar seus itens.


- Ele vai te responder com um link para tentar te hackear.

Realmente, um dos grandes motivos pela febre do Tibia foi o elemento online do jogo.

Esse joguete safado foi uma espécie de percursor das redes sociais. Todo mundo na escola jogava Tibia, e em vez de ir caçar, as turminhas se reuniam em Carlin, Thais ou Venore (ou Khazordoon para as diferentonas) e ficava conversando. Era a alternativa nerd ao Orkut, que já estava sendo invadido pelas tias e pela "galerinha popular".

Aliás, sabia que Tibia ganhou um trailer, depois de 20 anos? e olha só que pertinente um dos comentários que encontrei nessa notícia:




Esse cara falou tudo que eu queria falar em apenas um parágrafo.

Tibia foi forte no Brasil por ser um santuário dos nerds. Então fazíamos vista grossa para as suas inúmeras fraquezas e "upávamos" que nem condenados.

Evidência disso são os jogadores que se aposentam do Tibia com uma atitude muito diferente da que tinham quando começaram:


"Porque joguei isso tanto tempo?"



"Esse jogo é uma merda, mas eu gostava."



"É um jogo ridículo, mas aprendi um pouco de inglês pelo menos."


Eu tenho o mesmo ressentimento. 


Tinha amizades dentro do jogo, mas o bom não compensa pelo ruim. 

Tudo isso é recalque, e ninguém vai ler em 2015 um desabafo de um ex-tibiano. Porque Tibia está morto e enterrado.


Bônus:


Algumas fotos do flogão do meu primeiro personagem:



Jogo tibia, mato dragão, Fica comigo, sim ou não?


O auge do Tibia também foi o auge do MS Paint. Coincidência?
Nota final: ZERO

Ex-tibiano, você também se sente assim? Comente!

Vou aproveitar que cheguei numa protection zone e deslogar 

flw!! *poof* 

sábado, 29 de outubro de 2016

Guia de filmes ruins

Esses dias meu irmão ligou a TV na TNT. 

Tava passando um filme do Adam Sandler. 

Parece que nesse canal só passa filme desse cara...

Aí eu pedi para ele desligar a TV, justificando que qualquer filme com o Sandler ou com o Nicolas Cage não podem ser filmes bons, não precisa nem dar chance.

Meu irmão responde dizendo que sou um esnobe, que tenho soberba cinéfila, e diz que já viu muito filme bom com esses atores.

Isso me deu uma ideia: fazer um "guia de como saber se um filme é ruim". Por mais que a lista tenha algumas generalizações, eu digo que se você souber usar essa lista com senso-crítico, ela pode ser muito útil.

Esse guia é bom demais para ficar só na minha cabeça, por isso resolvi compartilhá-lo com o mundo!

Esse guia pode fazer com que você poupe seu dinheiro com o cinema, ou que você gaste horas e horas procurando um download gratuito na internet... esse esforço todo para um filme que não vale a pena.

1 - Dá pra saber muito sobre um filme apenas pelo elenco

Analisar o elenco pode evitar que você perca seu tempo com um filme ruim. Há atores que simplesmente nunca fizeram um filme bom: Nicolas Cage, Dwayne "The Rock" Johnson...

Alguns atores têm dedo podre e escolhem projetos que parecem ser bons, mas fracassam. Por exemplo, Nicole Kidman é uma atriz competente, que já fez filmes bons e filmes ruins.

Daniel Day-Lewis é um ator que descobriu a fórmula mágica e nunca se meteu em enrascada; sempre fez filmes ótimos. Assista qualquer filme com esse cara e será uma experiência sólida.

2 - Julgue pela capa, sim!

Filme ruim, normalmente tem capa ruim.

É difícil apontar quais os sinais; é uma coisa de instinto. 


Mas a capa diz muita coisa sobre o filme.

A capa é o primeiro contato do espectador com o filme, e muitas produtoras deixam de aproveitar a capa para fazer uma declaração artística sobre o filme, preferindo fazer uma capa estritamente comercial.

Afinal, todo filme quer vender, e para vender, eles precisam de um ator que tenha "poder de estrela". Isso é, precisam de um rosto conhecido. É esse rosto famoso que ganha destaque no poster do filme e demais materiais promocionais. Pois supostamente, um rosto famoso atrai mais espectadores. 



Amor, vamos assistir esse tal de Oblivion. Tem o Tom Cruise, então deve ser bom, né?

Ás vezes, o personagem que tem mais destaque no filme nem está na capa.Muitas produtoras se valem desse artifício malicioso para vender filmes ruins.


Em alguns casos, o ator em destaque, encarregado de vender o filme com seu poder de estrela, tem uma fama momentânea. 


Isso é um mal sinal.  


Isso acontecia muito na época em que Lost era muito popular: vários atores do seriado protagonizaram alguns filmes de baixo orçamento. 


A ideia, era que mesmo com o baixo orçamento do filme, os atores do seriado "davam credibilidade" para a produção sem que os produtores precisassem pagar um ator com poder de estrela muito caro, como o Tom Hanks, a Angelina Jolie ou o Tom Cruise, por exemplo.

3 - Filme baseado em jogo

Por algum motivo, filmes adaptados de jogos nunca dão certo. 

Desde a década de 90, com o filme do Mortal Kombat, filmeco mais desagradável que um edema pulmonar.


Todos aqueles filmes do Uwe Boll.


Mas porque que isso acontece?


Eles partem da ideia de que o game já tem um nome estabelecido, e que isso garante uma vantagem na hora de vender o filme. Com isso, deixam de se importar com a qualidade cinematográfica. 


Talvez, achem que o jogo já entrega "tudo pronto", que não precisam trabalhar muito pois a história já está pronta. Mas o resultado, com uma frequência alta demais, é desastroso. 

4 - Regra geral: fique longe de remakes!

Infelizmente, chovem remakes sobre a audiência-ovelha incauta que faz fila no cinema para o abate. 

Se é um remake, há um nome pré-estabelecido. Por exemplo: um filme que fez sucesso nos anos 80 e todo mundo conhece mais ou menos o nome. Na hora de o espectador escolher qual filme quer ver, as chances de escolherem algo que eles conhecem é muito maior do que a de eles escolherem um filme novo. Nesses casos, alguns filmes nem se dão o trabalho de contratar um ator com poder de estrela: o nome do remake já tem a fama sucifiente para atrair mais público. Pode perceber: eles botam o título do filme bem grande e deixam o nome do elenco bem pequeno. 

Fazer um remake não é uma questão de "renovar" um filme para novas audiências, mas sim uma questão de marketing. 

Chega ao ponto de fazerem remakes de filmes que originalmente já não era bons. 


Basta que o nome do filme ainda tenha força.

5 - As produtoras marcadas

Algumas produtoras são conhecidas por serem marqueteiras maliciosas que fazem um desserviço à indústria de filmes. 

Uma que eu tenho repúdio é a Globo Filmes. Eles têm tentado copiar o modelo dos enlatados americanos, produzindo comédias bizarras com atores que têm o tal poder de estrela e sempre "jogam seguro", nunca fazem aposta alguma em nome da 7ª arte.


Se Eu Fosse Você copia em 2006 uma fórmula que está vencida desde os anos 90
6 - Os "filmes-tendência", também conhecidos como "filmes-parasitas"

"Tudo que você fez nessa postagem foi criticar táticas comerciais. Mas qual o problema dessas táticas, afinal? Ninguém quer perder dinheiro, caramba!"

Sim, eu sei. Não quero dizer que um filme comercial não possa ser bom. Mas frequentemente o lado comercial atrapalha o lado artístico. E então temos os filmes parasitas: a pior espécie de película que consigo pensar. Esse tipo é aquele filme ruim que vem maquiado para ficar mais parecido com o que está fazendo sucesso.


Esse é literalmente um filme parasita: é feito na intenção de embarcar no sucesso de outros filmes.


Na época de Crepúsculo por exemplo, quantos clones não surgiram?

7 - Recepção ruim da crítica e do público:

Uma ferramenta ótima para saber como um filme foi recebido é o IMDB e o Rottentomatoes.

A nota do Netflix, infelizmente, não é muito confiável. Muito filme bom está avaliado abaixo de três estrelas.

Se ficar no cinema por pouco tempo ou o filme ir direto para DVD, é um mal sinal. 

Exceções da lista:

Nem sempre um filme com x ator vai ser ruim, mas é um indicativo.

Às vezes o filme simplesmente não é a sua praia. Saiba escolher um gênero que lhe agrade.


Por mais que Mad Max seja um filme animal, minha avó talvez prefira assistir a "O Homem Bicentenário.

Se essa lista não for útil para você, talvez seja para mim no futuro, quando eu tiver Alzheimer!

Cheers!

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A culpa é da vítima?

Em 2014, o IPEA causou polêmica com uma pesquisa sobre estupro: 65% dos brasileiros concordam que mulheres com corpo à mostra merecem ser atacadas.

Isso causou um furor sem tamanho nas redes sociais.

Somente após muita repercussão na mídia, o instituto reconheceu que houve um erro na divulgação desse resultado: com uma interpretação diferente, apenas 26% acham que mulheres com pouca roupa merecem ser atacadas.


Mas isso significa que a polêmica que estourou nas redes sociais foi à toa?

Bom, mesmo depois da retificação, o IPEA ainda defende que as conclusões gerais do estudo permanecem válidas, pois ao analisarmos as outras perguntas, vemos sintomas do problema inicial:

Apresentados à frase O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros, 13,1% discordaram totalmente e 58,4% concordaram totalmente.

Diante da sentença Em briga de marido e mulher, não se mete a colher, 11,1% discordaram totalmente e 58% concordaram totalmente.

Esses resultados são tão problemáticas quanto a pergunta que causou a polêmica nas redes sociais...

Ok, talvez a afirmação Em briga de marido e mulher, não se mete a colher, não seja tão problemática por ser uma espécie de ditado popular enraizado no consciente coletivo, tem conotação de humor e não é associado pelos entrevistados à violência contra a mulher.

Isso evidencia uma pesquisa mal elaborada e os resultados podem ser considerados tendenciosos, mas se analisarmos essas questões dentro de nosso contexto cultural, essas questões revela uma imagem distorcida da violência contra mulher na sociedade brasileira, fato comprovado pela imaturidade com que as redes sociais administraram o assunto.

No entanto, além dessas duas questões entre 41 encontradas na pesquisa, uma delas chama atenção pelo seu resultado que é tão preocupante quanto os resultados equivocados da questão que iniciou a polêmica: 58,5% dos entrevistados concordam que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros.

Isso quer dizer que a polêmica não foi tão sem propósito, mesmo após terem acusado as inconsistências da pesquisa. Alguns respiraram aliviados: no fim das contas não somos tão machistas assim, né?

É 2016, e esse debate continua relevante. Temos casos grotescos de estupros coletivos e violência contra a mulher o tempo todo. Feminismo se tornou uma palavra feia, e tentam deslegitimizar a luta feminista o tempo  todo.

A pesquisa que causou tanta confusão em 2014 foi esquecida, mas foi uma das primeiras que levantou o debate nessas proporções, revelando uma cultura machista que reagiu à pesquisa debatendo o nível de culpa da vítima de violência ao invés de olhar para os verdadeiros culpados: os agressores.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Desigualdade salarial em Hollywood

Arquivo X volta em 2016, após 13 anos, com temas atuais e com os atores originais interpretando os papéis dos agentes Dana Scully e Fox Mulder. Gillian Anderson, que interpretava na série o papel Scully, que dividia a tela com David Duchovny. No entanto, Gillian Anderson revelou em entrevista essa semana, que ofereceram metade Duchovny ganharia para filmar a nova temporada da série:
"Estou surpresa por esse assunto não aparecer mais em entrevistas, porque é a mais pura verdade. Especialmente quando o assunto da desigualdade salarial nessa indústria está tão em alta. Eu acho que é importante que discutam sobre isso. Foi chocante para mim, depois de todo o meu trabalho no passado para que recebêssemos o pagamento justo. E eu trabalhei muito para conseguir isso. Alguns anos atrás, o assunto aparecia em entrevistas: "Não acredito que quando você fez Arquivo X você ganhava menos, como você se sente a respeito?". E minha resposta era: "Isso foi assim na época, mas agora as coisas estão diferentes". E então acontece exatamente a mesma coisa. Não sei nem o que dizer!"


A lista de atores e atrizes mais bem pagas em 2015 diz por si só algumas coisas sobre esse assunto:

1. Robert Downey Jr.: $80 milhões (o que ele fez além de O Homem de Ferro?)
2. Jackie Chan: $50 milhões (merecido)
3. Vin Diesel: $47 milhões
4. Bradley Cooper: $41.5 milhões
5. Adam Sandler: $41 milhões (esse cara ainda existe?)
6. Tom Cruise: $40 milhões
7. Amitabh Bachchan: $33.5 milhões (ator indiano)
8. Salman Khan: $33.5 milhões
9. Akshay Kumar: $32.5 milhões
10. Mark Wahlberg: $32 milhões

1. Jennifer Lawrence, $52 milhões
2. Scarlett Johansson, $35.5 milhões
3. Melissa McCarthy, $23 milhões
4. Bingbing Fan, $21 milhões
5. Jennifer Aniston, $16.5 milhões
6. Julia Roberts, $16 milhões
7. Angelina Jolie, $15 milhões
8. Reese Witherspoon, $15 milhões
9. Anne Hathaway, $12 milhões
10. Kristen Stewart, $12 milhões

Parece uma piada. A primeira mulher a entrar na lista dos homens, seria Jennifer Lawrence no 3º lugar, pertinho do Vin Diesel (fala sério), e a segunda mulher entra antes de um ator indiano, em 6º lugar. 

Feminismo ganhou uma conotação negativa recentemente, mas convenhamos que essa lista é muito emblemática e justifica a importância de discutir as desigualdades de gênero.

É praticamente uma piada pronta quando Adam Sandler, um cara que não faz nada relevante há anos, ganha mais que Angelina Jolie.

I mean, c'mon! Quando Adam Sandler ganha mais que qualquer mulher em Hollywood alguma coisa tem que estar errada.

E o mundo segue em frente...

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Assassin's Creed questiona sem querer o valor da arte

Um jogo de uma das franquias mais famosas do momento, Assassin's Creed, pede ao seus jogadores que, entre as missões repetitivas de assassinatos, colecionem pinturas valiosas. São pinturas da vida real, que dentro do jogo servem apenas para decorar a base de operações do jogador. É apenas um prêmio simbólico, um extra do jogo. Não dá pontos de experiência, não dá pontos de força...

Eis que um usuário deste fórum sobre jogos pergunta: Pra que serve as obras de arte?

Clique na imagem para ampliar:

Se não dá pontos de força então não vale absolutamente nada, certo?

Igualzinho à arte da vida real...

Bom, o valor da arte sempre foi subjetivo. Dessa forma, é irônico que o jogador faça coisas também subjetivas por recompensas virtuais, como um item dentro do jogo ou troféus/conquistas. Será que o usuário anônimo desse fórum nunca questionou o valor das outras recompensas que recebe dentro de um jogo? Muitas vezes as recompensas são artificiais, mal-desenvolvidas para que o jogador tenha um senso (falso) de progressão.

Puxa, eu tenho 350 florins. Eu posso comprar um canhão portátil ou O Nascimento de Vênus. Que dúvida cruel!

Imagem encontrada na página Orgulho de ser hétero. 

Na página Orgulho de ser hétero, piada da internet, temos outra situação emblemática do empobrecimento dessa discussão. Para mim, não há alma alguma na imagem do Cadillac justamente por ser uma cópia fiel. Admira-se a habilidade do artista, capaz de desenhar um carro com tamanha perfeição, mas a arte é muito mais do que isso. Admito que tampouco gosto da pintura que a mulher observa abaixo, mas o problema está na concepção de o que é a arte para os "orgulhosos de serem héteros". Qual o problema com o conceitual e o abstrato? É tão difícil assim usar a imaginação? Será que o pragmático e o econômico sempre triunfa sob a arte pela arte em si?

A arte não deve confirmar o que você já sabe sobre o mundo, ela deve desafiar o que você já sabe.

Imagem do jogo. Galeria completa com todas as obras. Sublime. HAHAHA...
Eu não tenho bagagem intelectual para dizer o que é arte e o que não é. Mas o que me parece claro, é que escapa aos "orgulhosos de serem héteros" orgulhosos de serem ignorantes, é que arte não é só aquilo que eles querem que seja arte. 

E o que fica é a confusão do jogador. Mas pra que serve as obra de arte, afinal?

Ele provavelmente nunca visitou um museu, e o seu contato mais próximo com grandes obras de arte é através de um jogo medíocre que usou obras famosas para fazer com que o jogador mergulhe no universo da Itália renascentista (o cenário é algo que Assassin's Creed faz muito bem). 

E colecionar as obras de arte (dentro do jogo) é opcional. 

Em praticamente todos os jogos há colecionáveis espalhados pelo mapa e ninguém nunca perguntou nada. Mas quando os colecionáveis são obras de arte, ele finalmente se pergunta: 

Mas por quê?

Obrigado pela leitura.

Cheers!!!