Umberto Eco, faleceu em 2016 com 84 anos. Que descanse em paz.
Embarcando
no trem da fama póstuma, seus livros voltaram a estar em voga. Por
isso, estudamos na disciplina de Literatura Portuguesa, a obra prima do autor italiano, O Nome da Rosa.
Uma das vantagens de estudar Letras é que muito do que escrevo, eu consigo adaptar para postagens no blogue.
Matando dois coelhos numa cajadada só!
Não, não, não...
Not cool.
Literal demais.
Análise do filme:
O Nome da Rosa
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Ficha técnica:
Titulo original: Der Name der Rose
Dirigido por Jean-Jacques Annaud
Ano: 1986
Duração: 120 min. |
O
filme começa com belas tomadas panorâmicas estabelecendo o cenário do
filme: uma abadia isolada, no norte da Itália. É onde vivem monges
copistas, transcrevendo exaustivamente livros e mais livros.
Frei William de Baskerville, franciscano erudito interpretado por Sean
Connery, acompanhado de seu noviço, Adso de Melk, interpretado por Christian Slater, chegam ao mosteiro e são recebidos com uma notícia desconcertante: um dos cenobitas cometeu suicídio.
Cenobita refere-se a alguem que vive numa comunidade com interesses em comum. Quis usar essa palavra desde o dia em que assisti Hellraiser!
Com o desenrolar do enredo, William de Baskerville logo se vê diante de uma série de assassinatos dentro da irmandade franciscana.
Cenobita refere-se a alguem que vive numa comunidade com interesses em comum. Quis usar essa palavra desde o dia em que assisti Hellraiser!
Com o desenrolar do enredo, William de Baskerville logo se vê diante de uma série de assassinatos dentro da irmandade franciscana.
O Nome da Rosa conta com uma ambientação medieval eclesiástica, com cenários atmosféricos
carregados de pesada opressão, que conferem ao filme um charme gótico.
Os monges, sujos se escondem nas sombras ou professam em pânico que os
assassinatos são obras do demônio. William de Baskerville não concorda dessa teoria, e começa a usar seus poderes de dedução - emprestados de Sherlock Holmes - para lentamente desvelar uma rede de mistérios que inexoravelmente sempre tornam para uma biblioteca secreta.
Sim, o modus operandi que Baskerville emprega nas investigações parece muito com o de Sherlock Holmes! E não, não é conhecidência nem plágio: Umberto Eco faz uma menção direta ao livro de Sir Arthur Conan Doyle Cão de Baskerville ao batizar seu protagonista. Ademais, a dinâmica entre o mestre e o pupilo claramente faz alusão aos grandes personagens do autor britânico, sendo Adso de Melk, o substituto de Doutor Watson.
Aliás,
Sean Connery na pele do detetive franciscano, com sua interpretação
madura, carrega nas costas seu companheiro de cena, Christian Slater,
então jovem e inexperiente.
Parece que os livros clássicos têm que pedir licença:
"É um clássico, mas é legal, hein?!"
"É um clássico, mas é legal, hein?!"
No caso de O Nome da Rosa, frequentemente usam a desculpa de que, apesar do alto teor teológico e filosófico do conteúdo, temos como contraponto a seu lado mais sério, uma história de detetive para manter o interesse.
Mas acho que o grande mistério é apenas a força motriz do enredo, uma desculpa para a verdadeira alma do filme: O Nome da Rosa, antes de ser uma história de detetive, é um filme adaptado de um livro sobre o conhecimento dos livros.
Afinal, um dos principais eixos temáticos é o embate da razão e da fé. Tema que é explorado por meio da misteriosa biblioteca proibida.
Encerrada nas entranhas do mosteiro, está uma das maiores e mais importantes bibliotecas da cristandade.
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Que por sinal é um dos sets mais legais do filme |
Mas por que a biblioteca é importante e o quê ela tem a ver com os assassinatos?
Assista ao filme para descobrir!
Bem, sabemos, que a igreja era muito poderosa na idade média e controlava o acesso ao conhecimento. Como um dos personagens diz:
"Na biblioteca há livros que contém ideias diferentes das nossas. Ideias que nos fariam duvidar da inefabilidade de Deus."
Uma das primeiras vítimas assassinada é um monge tradutor, especialista em Aristóteles. No final do filme, Baskerville descobre um dos livros secretos na biblioteca, e o mais precioso de todos (e cuidado com o pequeno spoiler): A Comédia de Aristóteles.
Esse livro na verdade não existe. A poética de Aristóteles menciona tal livro, mas se ele chegou a escrevê-lo, o manuscrito se perdeu.
Mas com isso o filme levanta questões bem interessantes.
Nós desconsideramos a comédia como apenas um gênero engraçado, mas a comédia pode ser muito perigosa. No caso da política brasileira, por exemplo, a sátira política que você vê em jornais, ou até mesmo no Facebook pode mudar sua opinião sem você perceber.
No caso de Charlie Hebdo, o humor trouxe consequências terríveis, espelhadas numa frase que o abade professou:
Espero que vocês tenham gostado, deixem um comentário caso tenham se interessado pelo filme, ou o quê acharam do filme, ou para xingar, etc.
Esse livro na verdade não existe. A poética de Aristóteles menciona tal livro, mas se ele chegou a escrevê-lo, o manuscrito se perdeu.
Mas com isso o filme levanta questões bem interessantes.
Nós desconsideramos a comédia como apenas um gênero engraçado, mas a comédia pode ser muito perigosa. No caso da política brasileira, por exemplo, a sátira política que você vê em jornais, ou até mesmo no Facebook pode mudar sua opinião sem você perceber.
No caso de Charlie Hebdo, o humor trouxe consequências terríveis, espelhadas numa frase que o abade professou:
"Podemos rir de Deus? O mundo entraria em caos!"
Para mim, um dos detalhes mais legais do filme é que o monge tradutor estava rindo
do livro secreto em uma das cenas. Só mais tarde descobrimos qual era o
livro. Se existisse no mundo real, um livro tão importante, escrito por Aristóteles, autor tão respeitado pelos homens sábios e pelos homens da igreja, o mundo hoje seria diferente.
Além
do mistério, temos disputas eclesiasticas envolvendo a Santa Inquisição
e um romance envolvendo Adso e uma garota que vive perto do mosteiro,
subtrama que objetiva responder a pergunta no título do filme:
Qual é o nome da rosa?
Veja o filme para descobrir. O filme dá a resposta mais fácil, mas acredito que o livro, sendo o autor um semiólogo (Ciencia que tem como objeto de estudo os signos e seus significados), forneça no livro uma resposta com muitas mais nuances.
Fica o desafio para mim, encarar um dia a leitura do material que inspirou o filme.
Nota: 







Espero que vocês tenham gostado, deixem um comentário caso tenham se interessado pelo filme, ou o quê acharam do filme, ou para xingar, etc.
Abraços!
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