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sábado, 31 de dezembro de 2016

Decepção: "João & Maria" por Neil Gaiman

João e Maria
ISBN-13: 9788580577761
ISBN-10: 8580577764
Ano: 2015 / Páginas: 56
Idioma: português 
Editora: Intrínseca

Se meu leitor buscar resenhas anteriormente publicadas, perceberá que dou notas dez com bastante frequência. Não é por que eu sou generoso, mas por que eu escrevo muito mais fácil sobre coisas que eu gosto. 

E eu gosto de Neil Gaiman. Ele é um dos meus autores favoritos!

Justamente por gostar da sua bibliografia, me decepcionei com essa investida do autor no conto coletado pelos irmãos Grimm. Seguindo a tendência atual de resgatar contos clássicos e torná-los mais sombrios, o livro reconta João & Maria, a história dos irmãos  que levam a melhor contra seus pais e contra a bruxa valendo-se de sua astúcia.


João & Maria da da Editora Intrínseca. Não julgue um livro pela capa, nem que ela seja uma capa bonita.

Gaiman tem um histórico de revitalizar contos clássicos com seu toque urbano-mitológico, onírico-gótico conferindo aos contos de tradição oral uma identidade gaiminiana. 



Era uma vez, numa terra assolada pela guerra...



Parece que os tijolos para a fundação ali: amor fraternal, abandono, a bruxa ermitã, antropofagia, etc. Mas parece que não há tempo de erguer a história em cima dessa fundação. É um livro demasiadamente curto, contando 56 páginas entre história, ilustrações e trivia. 


As ilustrações de Lorenzo Mattotti não me inspiraram nada. Não são feias nem bonitas. No entanto, não posso deixar de reconhecer seus devidos méritos: é uma edição muito bonita! É um ótimo presente. Recomendado para quem tem preguiça de ler ou para blogueiras que postam fotos de macarons, petit gâteau e Amélie Poulain.

Minha opinião - obviamente - não representa a voz da maioria. Para cada resenha negativa, há dez resenhas positivas, que nem essa do livroterapia. No entanto, no goodreads e no skoob, as notas já oscilam abaixo de quatro. Infelizmente, João & Maria contado por Neil Gaiman desaponta pelo conteúdo apesar de ostentar uma edição bonita. 

Nota final: 2 batatas

Comprando pela amazon você ajuda o blog!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Estudo de personagem: Sansa Stark

Os mitos são as pedras que fundamentam a construção de narrativas contemporâneas: tudo que acontece nos mitos, muitas vezes se repete até mesmo de forma inconsciente. 

O autor de as Crônicas de Fogo e Gelo, valendo-se do escopo épico do livro, brinca com os mitos. Por exemplo: com os gigantes de gelo que anunciam o fim do mundo em gelo e morte, G. R. R. Martin parece pegar emprestado bastante coisa da mitologia nórdica. No caso de Sansa Stark, uma das jogadoras mais subestimada na Guerra dos Tronos, o autor pega emprestado do mito de Perséfone. Os tropos do mito de Perséfone predominam nas desaventuras de Sansa!
Para quem não conhece: 


O  mito de Perséfone, conta a história de Koré (mais conhecida como Perséfone), e começa quando a menina floresce tornando-se uma jovem que encanta a todos os deuses com sua beleza. Um desses deuses foi Hades, que ardilosamente (em conspiração com Zeus) sequestra Perséfone e a leva ao submundo. Demetér, sua mãe, fica absolutamente furiosa e não poupa esforços para recuperar sua filha causando destruição por onde passava. Desse ponto em diante, as versões do mito diferem. Em algumas versões, Koré assume a alcunha de Perséfone, rainha do submundo. Em outras versões, é um mito de estupro, e Perséfone vive infeliz em companhia do rei do inferno e volta à superfície uma vez por ano durante seis meses, sendo obrigada a voltar por ter provado o fruto de romã, que a prende no inferno. Surge daí a explicação para o ciclo das estações: quando Demetér e Perséfone estão juntas, a terra recebe um verão generoso. Quando ela desce ao submundo, a tristeza de Demetér causa o inverno sob toda a terra.

Vejamos então alguns dos paralelos entre Sansa e Perséfone.

No mito de Perséfone, acontecem algumas coisas que se repetem em narrativas modernas e em nossas vidas (mesmo que de forma inconsciente, o autor pode escrever sobre esses tropos):

O tropo mais clichê: "A história de crescimento"
As histórias de crescimento estão em alta hoje em dia, com Harry Potter, Percy Jackson, Katniss Everdeen, Frodo Bolseiro, dentre outros. Acompanhamos esses heróis durante o seu crescimento até chegarem à fase adulta ou à superação de algum problema.

No caso da presente estudo de personagem, acompanhamos o crescimento de uma menina (Koré), para mulher (Perséfone), ou no caso de Fogo e Gelo, temos a Sansa, que no começo das crônicas é uma jovem ingênua.

O tropo da "Mãe sábia"
No mito de Perséfone, além da representação da menina (com Koré) e da mulher (com Perséfone), temos também a representação da mulher mais velha, com  Demetér. Nos livros de G. R. R. Martin, temos Catelyn, que se encaixa em muitos aspectos do tropo da "mãe sábia", que aconselha, protege a filha, etc.
Koré e sua mãe sábia.

O tropo do "Fruto Proibido"

Esse tropo vem da bíblia, se repete no mito de Perséfone e aparece bastante em narrativas modernas.

"A volta dos mortos"

No caso do livro, quem volta dos mortos é a Senhora Coração de Pedra, mas Sansa também sofre uma morte simbólica.

E os paralelos não param por aí! Há mais paralelos quando comparamos a história das da jovem Stark e da deusa da mitologia grega:

Demetér causa destruição na terra para recuperar sua filha. Catelyn Tully da mesma forma, começa uma guerra.

Hades é o deus do submundo e do ouro. Há paralelos entre Hades e Lorde Baelish, que é o tesoureiro do rei e conspirou para trazer Sansa a Porto Real.

Sansa vem de Winterfell, onde vivia feliz com sua mãe. (Inverno)

No entanto, ela sonhava com os príncipes e os heróis das canções... até que Lorde Baelish conspira para leva-la a Porto Real (Verão).

Para se adequar ela abandonou sua herança cultural para abraçar os costumes da corte. Mas no verão, encontrou seu inferno.

E assim como na mitologia grega, em Fogo e Gelo os deuses  também são cruéis. No caso, os deuses são a nobreza de Porto Real, que atormenta Sansa ou são testemunhas coniventes do sofrimento da jovem Stark.

Assim como Koré no mito, Sansa está fadadas ao casamento indesejável (Joffrey, Tyrion e finalmente, Lorde Baelish).

No mito acompanhamos a morte simbólica de Koré. No caso do livro, a morte simbólica de Sansa acontece conforme ela perde sua identidade: esse processo começa no primeiro livro, quando ela é a única irmã a perder sua loba-selvagem, destacando-as dos seus irmãos, perdendo assim, sua identidade nortenha. Em seguida, passou a viver no verão quente, na corte de Porto Real, assim como tanto sonhava. Como bem sabemos, as coisas não deram certo para ela e foi forçada a abandonar mais ainda suas raízes nortenhas. No final dessa jornada, Sansa Stark abandona completamente sua identidade e vira Alayne Stone, e volta ao inverno, no Ninho da Águia.

O autor chega a brincar com o mito quando Lorde Baelish chega a oferecer um fruto de romã para Sansa, mas ela nega e escolhe uma pera. Ela fez uma escolha. O que isso significa para o futuro de Sansa? 

Enquanto o inverno é a prisão de Perséfone e o verão/primavera sua liberdade; Para Sansa parece ser o contrário. 

Sabendo disso, o que podemos esperar para Sansa em Os Ventos do Inverno? 

Acho que podemos nos manter otimistas quanto ao destino de Sansa. O inverno representa para ela, a retomada de sua agência. Ela está de volta ao inverno e abraçou sua relação com "Hades". Mas diferente de Perséfone, Sansa é muito mais perigosa para o Mindinho. Esqueçam o que aconteceu na série, pois a Sansa do livro voltará com tudo. É a hora dos lobos e do inverno. 

O inverno está chegando.

domingo, 4 de dezembro de 2016

A mitologia nórdica


Nidhoggr

Nidhoggr é a cobra que roe as raízes de Yggdrasil, a árvore que é o eixo do universo na mitologia nórdica. Sua existência é o presságio do Ragnarok (fim do mundo). Não confundir com Jörmungandr.


Heimdall

Heimdall é o guardião de Bifrost, a ponte arco-íris que liga Asgard à Midgard. Ele é capaz de escutar a grama crescendo e não precisa dormir. Ele consegue ver o fim do mundo e soará Gjallahorn para anunciar o Ragnarok. Até onde li Heimdall não é mencioado.


Fenrir

É profetizado que Fenrir escapará de sua prisão durante o Ragnarok e mata Odin, vingando-se de seu cativeiro. 


Hel

É a filha de Loki, irmã de Fenrir e Jörmungandr. Resumidamente, Hel é a deusa da morte na mitologia nórdica.





Odin

Agora vamos aos três famosos do panteão nórdico, começando com Odin. Ele é considerado o deus-chefe da mitologia nórdica, normalmente associado à guerra, morte, mágica, poesia, profecia, vitória e à caça.




Loki

Loki é um deus da trapaça. Também está ligado à magia e pode assumir a forma que quiser.


Thor

O deus do trovão tem um design inusitado: olha como ele é foda mesmo usando um maiô-armadura. Acho estranho, que dentro da grande tríade, na visão de Kaneko, ele é o único que não é roxo, sendo que é Loki o irmão bastardo. 



Norn

Norn é a deusa do destino. Ela vive abaixo das raízes de Ygdrasill, tecendo os fios do destino, ao qual até mesmo os deuses estão sujeitos.

Surt

É o gigante que governa a terra em chamas de Muspelheim. É dito que no fim do mundo ele fará chover as fogo sob a terra. 




Garm

Não confundir com Fenrir. O uivo do cão-guarda do inferno será ouvido no fim do mundo.

Valquíria

Elas levam os guerreiros à Valhalla, o salão celestial dos guerreiros mortos em batalha.  

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O Último Reino

Pegando carona com Game of Thrones, a série "ACrônicas Saxônicas ganharam" ganhou uma versão adaptada para a TV. Sempre fui fã de Bernard Cornwell, e com a adaptação vindo aí, decidi finalmente tomar vergonha na cara e ler os livros.

Análise do livro:

                              O Ùltimo Reino


Ficha técnica:
O Último Reino
Da série "Crônicas Saxônicas" # 1
Ano: 2006 / Páginas: 364
Idioma: português
Editora: Grupo Editorial Record


Bernard Cornwell, autor consagrado de romances históricos logra em descrever ricamente imagens do período histórico representado em O Último Reino. No ano de 871, uma Inglaterra fragilizada pelas invasões dinamarquesas, mantém o que resta de seu território graças à atuação militar de Rei Alfredo, único monarca da história inglesa a receber a honra de ser chamado de "o Grande". Uma narrativa rica em detalhes surge de registros históricos da vida do Rei Alfredo, o Grande, mas Cornwell emplumou fartamente os entremeios dos grandes acontecimentos com licença poética, como devem fazer os romancistas históricos.  

Típico vilarejo do século VIII
Mas quem está no centro da história não Alfredo, mas sim o personagem fictício Uhtred, narrador que desvela ao longo das crônicas os golpes que sofre do destino. 

Um grandes triunfos do estilo Cornwelliano é a fluidez de suas narrativas, cobrindo grandes períodos de tempo em poucas páginas e pausando oportunamente para descrever momento por momento as grandes batalhas ou momentos importantes da vida cotidiana. É um deleite ler as descrições das batalhas, de festins e salões medievais.

O júbilo! O júbilo da espada. Eu estava dançando de júbilo, a alegria fervilhando dentro de mim, o júbilo da batalha do qual Ragnar falava com tanta freqüência, o júbilo do guerreiro. Se um homem não o conheceu não é homem.  

Um dos eixos temáticos das Crônicas Saxônicas é a fé. De um lado temos os deuses nórdicos, do outro a mitologia cristã. Uhtred está no centro dessa temática, enfrentando um conflito de identidade cultural: ele é um inglês patriota, mas carrega consigo o amuleto de Tor, desprezando a religião cristã. 

Parede de escudos!
Uhtred está no centro, mas não é o único personagem importante: Ragnar, Rorik, Sigrid e Thyra compõe sua família adotiva, assim como Brida, uma das minhas favoritas. Brida fala pouco, mas é feroz e inteligente. 

Apesar de tantos conflitos, o ponto de vista do autor é neutro: se Uhtred está do lado dinamarquês eu torço por eles, se ele está do lado inglês eu torço por eles. Do lado inglês, o protagonista também encontra uma família; uma esposa, um filho, estabelecendo assim, um coração partido em dois lados do conflito e as peças dessa maneira, são posicionadas para o quê tenho certeza, será uma ótima sequência em O Cavaleiro da Morte.

Nota final: 10
______________________________________________________

Bernard Cornwell é um dos meus autores favoritos, e pretendo escrever mais sobre o autor.

So, Stay tuned!

Cheers!

Leia as outras resenhas d'As Crônicas Saxônicas:

O último reino
O Cavaleiro da morte
Os senhores do norte (em breve)

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Respondendo à tag

Bem vindos ao blogue!

Respondendo pela primeira vez a uma tag.

Olha, eu sei que normalmente alguém deveria ser indicado para responder uma tag literária. Mas como eu sou forever alone na blogosfera, eu mesmo me convidei para responder a tag.




1 - A capa mais bonita da sua estante.

Bernard Cornwell, autor britânico de ficções históricas recebe ótimo tratamento no Brasil pela editora Record, então as capas sempre são bonitas.

A capa de Azincourt é bem legal.


2 - Se pudesse trazer um personagem da ficção para a realidade, qual seria?

Daenerys, para ela levar os dragões ao Planalto Central, lá em Brasília

"DRACARYS."

Aliás, Daenarys não queimaria os prédios desenhados por Oscar Niemeyer, queimaria só os políticos mesmo.

Posso até ver: depois de Bolsonaro, Aécio, Dilma, etc. queimar ao vivo na rede bobo, todo brasileiro chamando Dany de Mhysa.

3 - Se pudesse entrevistar um autor(a), qual seria?

Sir Terry Pratchett. Por quê?

Eis o porquê:


4 - Um livro que você não leria de novo? Por quê?

Quero postar mais de um. Isso é a trapacear?

Os Portões do Inferno (André Gordirro)
Sr. Segunda-Feira - As Chaves do Reino volume um (Garth Nix)
O Presidente Negro (Monteiro Lobato)

Não leria de novo. Aliás, se pudesse desler, desleria.

5 - Uma história confusa?

Aí vai a resposta e uma história triste:

A Torre Negra (Stephen King) tem uma história meio confusa. Mas talvez seja porque a série de livros é bem longa:

O Pistoleiro
A Escolha dos Três
As Terras Devastadas
Mago e Vidro
Lobos de Calla
A Canção de Susannah
A Torre Negra 

É um calhamaço assim de páginas ó *abrindo os braços que nem o Cristo Redentor*.

E depois de tantas páginas, fica difícil para o leitor dar conta de tantos personagens, microcosmos, mundos paralelos e eixos temáticos.

Outro motivo são as traduções da Editora Objetiva, que estão entre as piores que já tive o desprazer de ler. Cada livro da série tem um tradutor diferente (!!!). Então de um livro para o outro, alguns termos são traduzidos de outra maneira. 

E pra quem pensa que traduzir é só copiar o original e passar pro português, tá muito enganado. Cada tradutor tem seu estilo.

E o resultado...

 Cada livro separadamente, não tem coesão ou coerência -- o texto de cada livro foi massacrado.

Pra você ter uma noção, o texto é bem menos confuso em inglês, que não é meu primeiro idioma. 

E mesmo assim eu gostei de ler a Torre.

6 - Um casal?

Derfel e Ceinwyn.

Eles são personagens do livro As Crônicas de Artur, de Bernard Cornwell. Esse casal é muito amor. Derfel faria qualquer coisa por Ceinwyn.

No livro em que há casais famosos como Tristão & Isolda e Artur & Guinevere, o casal que se destaca é Derfel e Ceinwyn.

É uma das parejas que poderia fazer um Facebook de casal e eu não iria revirar os olhos.

7 - Dois vilões (pode ser tanto 2 vilões que goste, como não goste).

Como assim "que goste, como não goste?". Se vale a pena mencionar, é porque o vilão é bom. Ou pelo menos aquele que "amamos odiar" (não confundir com anti-herói)

Anyway.

Gosto da Cersei Lannister.


Ela sabe que é odiada. E ela adora isso.
8 - Um personagem que você mataria (ou tiraria do livro).

Ah...

Drácula de Bram Stoker. Um livro tão bom, com tanto filler.

Se eu quisesse filler assistiria Bleach.

Nesse livro há alguns personagens bem desnecessários. Por mim. pode ceifar todos os pretendentes de Lucy Westenra: John Seward, Quincey Morris e Arthur Holmwood.

Batalhei para não abandonar Drácula nos capítulos em que esses caras narravam a história.

Mas os capítulos do Van Helsing e da Mina Harker valem a pena.

Vamos à próxima pergunta!

9 - Se pudesse viver em um livro, qual seria?

Percy Jackson e os Olimpianos. Principalmente se eu fosse filho de Atena ou Ares. Poderia ser de Poisedôn se eu não estivesse em nenhuma profecia. Não preciso de todo aquele drama.

10 - Qual o maior e menor livro da sua estante?

Pergunta meio aleatória, mas beleza, é uma tag. Acho que é Vidas Secas. Mas esse livro diz mais que muitas "sagas" de mil páginas.

Finalizando, convido Andrea Morais, se lhe apetece, a responder a tag!

(O blogue dela é o Olhos Castanhos).

Obrigado pela preferência e volte sempre!