Testemunhe, o glorioso retorno de Star Wars. Mas será que o novo filme depende muito do legado da trilogia original?
Análise do filme:
Star Wars - Despertar da Força
Há muito tempo atrás, numa década muito, muito distante...
Um filme fez história.
Mais de 30 anos depois, criou-se enorme expectativa para o glorioso retorno de Star Wars.
Com
a recepção ruim que a nova trilogia teve, o filme dirigido por J. J.
Abrams surpreendentemente atendeu às expectativas dos fãs mais xiitas.
Razão de seu êxito?
Ele não fez apostas; usou os elementos que sabia comprovadamente que funcionariam.
Eles sabiam o que nós queríamos ver.
A
caixa de som explode com o maravilhoso tema de John Williams direto de
1983, o tapetão com as letras amarelas sobe pela tela e somos crianças
de novo. O
mercado da nostalgia é muito lucrativo. E Abrams quer agradar os fãs e
seus suseranos da Disney. Para isso, com o fim de reproduzir a mágica
dos filmes originais, pega emprestado muitos elementos de Star Wars: episódio IV: Uma Nova Esperança (1989).
Não fiquei no cinema para assistir aos créditos, mas muito provavelmente estavam creditados ali a equipe do "Departamento de nostalgia".
Por depender tanto da trilogia original, Despertar é largamente acusado de não ser uma continuação, mas um remake.
As
naves voando no espaço. Um ataque a um vilarejo e um robô-mascote (logo
logo, nas melhores lojas de brinquedos) com informações importantes
vagando no deserto. Tudo é muito familiar.
Em
seguida, a câmera muda de núcleo narrativo para nos apresentar a nova
protagonista: uma sucateira chamada Rey (Daisy Ridley). Suas vestes
parecem as do protagonista anterior, Luke Skywalker, que também morava
num planeta isolado até se envolver com os os rebeldes e o resto é
história.
As semelhanças não param por aí: nos dois filmes alguém é capturado, levando a uma missão de resgate, na qual a figura mentora do protagonista morre (mesmo assim os heróis logram em destruir a arma apocalíptica do antagonista.
As semelhanças não param por aí: nos dois filmes alguém é capturado, levando a uma missão de resgate, na qual a figura mentora do protagonista morre (mesmo assim os heróis logram em destruir a arma apocalíptica do antagonista.
Enfim, há muitos ecos da trama de Esperança em Despertar...
Mas
o que é entendido como uma repetição, também pode ser interpretado como
proposital: ecos temáticos são outra característica clássica da saga,
afinal Star Wars antes de ser sci-fi, é primordialmente uma história
arturiana, uma história do bem contra o mal.
E o destino nessas histórias é tudo.
Talvez possamos encarar essas histórias que se repetem como a natureza cíclica da Força. Em qualquer outra opera espacial, numa galáxia muito, muito distante, esses tropos se repetem: um herói corruptível, que talvez tenha redenção. Pais obrigados a abandonar os filhos. O mestre traído. O herói que sofre mutilação do corpo, sua provação física e mental (cuidado Rey, para não perder a mão no episódio VIII!!!).
E o destino nessas histórias é tudo.
Talvez possamos encarar essas histórias que se repetem como a natureza cíclica da Força. Em qualquer outra opera espacial, numa galáxia muito, muito distante, esses tropos se repetem: um herói corruptível, que talvez tenha redenção. Pais obrigados a abandonar os filhos. O mestre traído. O herói que sofre mutilação do corpo, sua provação física e mental (cuidado Rey, para não perder a mão no episódio VIII!!!).
Pode
ser um eco temático, mas é também uma piscadela para os fãs. O filme
usa isso a seu favor quando os personagens principais "fãs" de Han Solo,
Luke e Leia. O Despertar é um filme sobre legado e os novos personagens
são o meio pelo qual a nova trilogia* da franquia começa a caminhar com as próprias pernas.
*Eu digo "nova trilogia", mas aposto 10 batatas rechadas que será uma trilogia de quatro filmes, seguindo a tendência Harry Potter de O Último Filme da Saga, Parte I e II, para maximizar a renda com bilheteria.
Parte
VII, felizmente, com todos os retornos aos episódios anteriores, traz
um elenco novo competente com personagens carismáticos e diálogo ágil.
Os novos personagens são a força motriz da narrativa, e a tripulação
original da Millenium Falcon está lá apenas para passar a tocha para o
pessoal novo: Dameron Poe, o melhor piloto da aliança e um stormtrooper vira-casaca chamado Finn.
E então temos Rey. O protagonismo feminino não é novidade do episódio VII, pois Star Wars
tem um histórico sólido de mulheres que fogem dos tropos de "dama em
perigo". Leia, por exemplo, é uma princesa, mas nunca precisou de
resgate, sabendo usar muito bem armas de laser e nunca se acovardou
diante de inimigo nenhum, assim como sua filha Padmé, que conquistou de
volta seu palácio numa manobra militar da qual participou nas linhas de
frente.
No
entanto, Rey, diferente das deuteragonistas anteriores (Leia e Padmé),
não está à margem do protagonista principal (Luke e Anakin) e não é
apenas uma versão feminina dos protagonistas de Luke ou Anakin. Idos
estão os dias do biquini de metal de Leia e o top curtinho de Padmé. A
nova protagonista usa suas roupas pela praticidade. Ela não precisa de
resgate (Finn tentou, mas chegou tarde) e é um deleite testemunhar o
despertar da força em Rey. Nos próximos filmes, teremos o inevitável
romance, mas quem será chamado de "interesse romântico" não será ela, e
sim (presumivelmente) Finn.
Rey é a protagonista feminina durona que funciona, e acho que sei o motivo: Abrams se envolveu brevemente com Legend of Korra, seriado animado assumidamente feminista, por isso, talvez não seja conhecidência que há muito de Korra em Rey.
![]() |
Stop trying to make Poe + Fin happen. It's not gonna happen! |
Concluindo,
acho que é muito lógico: para reacender a magia de Star Wars valeram-se
do legado deixado por George Lucas, mas a base sólida estabelecida em
Despertar oportuniza à equipe da nova trilogia, nos próximos episódios, contar novas histórias daquela galáxia muito, muito distante.
Nota final: 10 batatas!
Obrigado por ler.
Que a força esteja com você!
Até a próxima.
Obrigado por ler.
Que a força esteja com você!
Até a próxima.
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