domingo, 13 de novembro de 2016

1984 é um livro provocante e perturbador...

O livro 1984, de George Orwell foi uma excelente leitura. Embora eu não tenha maturidade intelectual para fazer uma análise aprofundada do livro, não pude deixar de escrever sobre a magna opera do autor britânico.

ANÁLISE DO LIVRO:

1984
 

Ano: 2009 / Páginas: 416
Idioma: português 
Editora: Companhia das Letras
ISBN-13: 9788535914849
ISBN-10: 8535914846
Ano: 2009 / Páginas: 416
Idioma: português
Editora: Companhia das Letras

Você já se perguntou o porquê do livro se chamar 1984? Se o título fosse “Grande Irmão”, não seria mais representativo do livro? Afinal, como reflete o protagonista, talvez nem seja realmente 1984. No entanto, até mesmo o título nos faz pensar: realmente há algo de errado com aquela utopia, se o partido consegue controlar toda a história de Oceania ao ponto de que até o ano é incerto. Mesmo que não tenha sido intencional, essa incerteza se projeta no leitor, pois uma vez que não sabemos o ano de fato, pode ser qualquer ano (pode ser 2015!)


Um aspecto negativo em minha opinião, é que o livro se repete um pouco descrevendo o cenário sociopolítico do país de forma expositiva e didática. Inclusive, um dos capítulos é literalmente um livro dentro do livro. Ao mesmo tempo, é a construção minuciosa desse cenário que confere o peso à história. 

O livro poderia ser classificado no gênero horror!

Acontecem coisas TERRÍVEIS com os personagens. Fiquei surpreso, pois não esperava a quantidade de violência descrita de forma tão eficaz e gráfica em um livro, que se tem como clássico absoluto escrito no final da conservadora década de 40.



O impacto da obra

Embora a mensagem anticomunismo não tenha a mesma valia hoje, a obra ainda é muito atual, pois é um conto de cautela sobre o controle que exercem sobre nós sem que nós percebamos e descreve um mundo onde são privados de liberdades básicas. Funciona de tal maneira o livro, que quando vemos as resenhas, comentários, discussões e listas na internet, sempre comentam sobre os paralelos do livro com a realidade de seu país. 

Diário de Winston no Brasil de 1984. 

Vivem dizendo que não há interesse do governo em tornar o povo sabido, mas não fazem nada em relação ao cenário da educação brasileira, que caminha para a falência. 
Na internet, tudo que buscamos é rastreado e volta para nós com sugestões de compras ou links. Privacidade zero! Temos o Xbox One, também conhecido como o protótipo da teletela. 

Um sujeito do livro chamado 1984, diz que qualquer reivindicação da classe baixa, qualquer revolta que fizessem (mas nunca fariam!), teria vida curta, pois não teria foco nem motivo de ser, devido a falta de informação dos manifestantes. Engraçado que é exatamente isso que falavam quando aconteceu as manifestações de 2013! Outra coisa estranha é como os presidentes nos servem mais como um rosto, um "Grande Irmão". Na época de eleição sempre se discute política: "Olha, não entendo muito, mas voto pela mudança". Votam baseando-se no rosto do candidato e não nas no plano de governo.

Bom, além do envolvimento da mídia na política, influencia também no resto: depois de sete novelas durante o dia (departamento da ficção), vem o comercial, com uma loiraça divulgando a cerveja e depois vem mais uma novela, que se aproveita do medo do desconhecido e reforça os estereótipos de homossexuais e outras minorias. Se acontecer um crime de ódio é um bom motivo para a mídia armar um circo né? Depois vem o BBB com o pessoal semi-nu na piscina.e funciona como o nosso equivalente da "pornosec", que nos deixa obcecados com o sexo e ao mesmo tempo com vergonha. Se acontecer um estupro, aproveita-se! mais uma desculpa para fazer uma história no jornal e esquecermos um pouco do saqueamento dos recursos públicos. Se o gigante acordar de novo, no fim vai dar tudo certo. Nós amamos o Big Brother (Brasil).

Nota final: 10

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